Por do sol no pontal.

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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tic Tac

Tic tac, tic tac, tic tac ... como um ponteiro de relógio eu vivo a toa pelo passar das horas.

Tic tac, tic tac, tic tac ... em um minuto me assusto, em outro me faço de mudo.

Tic tac, tic tac, tic tac ... segundo sem fim ...

Sentido horário em rumo demarcado, me sinto um otário esperando dos fartos uns poucos honorários ... monetários lucros sugando da terra a sua mais nobre matéria; vida projetada por uma janela.

Singram as caravelas pelos mares da Bavaria!

Mares da Bavaria?

Mas que bobagem, não são caravelas; mas sim, naves de guerra, lápides na terra.

Sincera lágrima fertilizando pastagens, enxaguando mágoas, enevoando praias. Vultos envoltos em músculos traindo instintos, esboçando a fraqueza das intenções; torpeza das instituições.

Surge a realeza em sua nobre liteira sendo carregada pelos ombros da pobreza.

Porque estes carregam este pesado fardo, se seria bem mais fácil simplesmente deixa-lo de lado; larga-lo ao relento, como ele largou os seus próprios rebentos, tratando-os como excremento.

frase

O simples tocar de um amor qualquer é mais quente que morar no meio do Sol!
Estalam os degraus da velha escada diante dos passos lentos dos ventos frente aos minutos de silêncio.
Fitam nuvens os pobres terrenos; povos nômades sem lei e sem ventre ... meus vagos sentimentos investem na fúria, na luxúria dos versos sedentos, na busca injusta de uma vida abrupta.
Uma gruta escura à revelar segredos inexistentes, espelhos que não refletem gente, gritos de um sobrevivente.
Rios de sangue em um planalto distante, vermes e serpentes rastejando por entre podres doentes ... os decentes; os decadentes senhores do mundo investem na guerra, criam karmas para armar vis ciladas, deflagrar batalhas.
Bandeiras brancas de paz banhadas na sorte de rapazes inexperientes; tolos mártires de um país ausente.
Se esconde a morte nos estandartes bélicos, nos vastos desertos do oriente médio ... areias brancas de vastidão e tédio, não existe remédio para o homem que busca um império.
Fugiu-me a mente em um segundo sem fim, furtaram-me a coragem em um existir sem fim; foi-se a bruma encobrir o deserto ansioso; encoberto rosto a procurar uma fisionomia, filosofia.
Atiram-se corpos no vazio espaço, despedação-se orgãos no chão muito frio; no vão de um covil gritos ecoam em perdidas vias de um acesso louco, me estravazo aos poucos.
Ilhei-me na solidão diária, perdi-me na árvore hereditária, genealógica estrada. Entulho palavras, talvez lágrimas; uma parte a ser desvendada, vendada face de injusta verdade.
Crio, respiro, existo. Meus lábios ainda permanecem frios, meus olhos miram o vazio; o vadio inicio sem princípios. Vacilo por todos os lados, por tolos espasmos ... passos descalços.
Tranquei a porta que me levaria a vitória, a falsa hora dos lobos do agora, dos que não tem memória.
Fatias, ilhas, esguias meninas a acompanhar meus pensamentos, a me elevar do sofrimento, esquecer os meus lamentos .... tormentos.
Será o meu eu interior um demónio transcrito em um sonho, monstro sonolento que ataca na calada das noites eternas, cravadas as presas em tantas penas, sangue de nossas veias?

Nessa era de poucos sentidos vi meus livros queimados no fogo cruzado, nesta inquisição dos povos ditos cristãos, morrem os donos da lua, das sombras quentes na gélida brisa do vento sul.

Rumo ao caminho das pedras, rochas cansadas de verem o tempo passar ao seu redor, alcançar o meu lugar maior, meu real ... síntese do mal, do sal a temperar a carne da ceia, sereia impressa na tatuagem de um braço, acaso me faço de aço.

Tento não sentir o que de fato sinto, o que os meus atos imitam, sou inimigo de meu próprio ser, vingativo dos casos esquecidos.
Por não existir, tive muito a aprender, prender as formas em redomas de cristal, sentir revoltas de um jogo inicial.
Foi meu mal que escapuliu em meio a chuva de verão, nos tantos anos de ilusão; quem são os povos da antiga idade, quem teve glórias nas guerras por liberdade.
Nasce uma flor nos desertos da solidão, cai o orvalho na noite de uma paixão ... na prisão distante se debatem os sonhos de um louco imaginário; pássaro de vôo árido, de brilho pálido.
Batendo asas na busca de altitude, da plena soberania dos ares e das aves, quem sabe o luto seja um acaso, em tantos casos perderam-se os seus passos, em tantos braços criaram-se fortes laços.
Esse bruxo de olhar distante, controla os musgos de seu reino aspirante, delirante como mágica, instigante como lágrimas. Nas trincheiras da vida eterna, dominar a terra, deixar as balas como passado junto a sua miséria.

Palavras

Essas palavras são minhas e ninguém pode rouba-las, essas verdades são sujas e ninguém pode nega-las.
As mãos atadas impedem o ser livre, a cabeça entalada não deixa o mundo em liberdade.
A sociedade nos suga e modifica, assim como a verdade pode ser descrita; as ambições por de fato humanas, são insanas quanto um tanto mundanas.
Pretendo sim dar as cartas do meu jogo, sentindo no corpo as regras do tolos, vendo a lei por uma corda no meu pescoço.
Por tudo que passei e mais ainda pelo qual passarei, acho o mundo uma grande piada, tendo os bobos a fantasiar as cidades.

sem título

Você não estaria ai parado se não fosse o peso de teu passado, esse acaso constante que rouba os belos momentos de tua alma, guetos constantes de muita calma; da praga extinta a viver no interior de uma bactéria, artéria pulsante de um sangue corrente, ser vivente de poucos parentes.

Representas lágrimas vertentes, nascestes de um rio sem afluentes, portos de tanta gente; sente o frio apossar-se do corpo, o frio tornar-se semente, e derrepente no meio de parêntesis sentiu-se sozinho tendo a frente o espelho vazio, o oco vadio corroendo os podres vasos de um fluir sanguíneo, falar baixinho.
Foram teus passos que deram inicio a esse caminho, que fizeram do escuro um caminho, um ninho....

Dias

Em dias de pouca lua, sonho a vida nua e crua, em plena rua tive acessos de loucura, em minhas buscas poucas chances de vencer as lutas.
Somos bichos de uma vanguarda escura, criaturas sujas de tantas amarguras; em outras eras fogueiras ardem ao nosso corpo, queimam nossos esboços.

Fragmentos.

Escritos antigos, dedilhados em papeis já amarelados, perdidos em gavetas, em armários, em caixas ou mesmo no lixo ... surge então a vontade de expo-los, mostrar algo que já nem me lembrava direito, mas que me fazem viajar no tempo, num tempo de sonhos e de ilusões, num tempo que ficou para trás mas em um instante qualquer surgem como flashes de um ser esquecido, apenas isso: escritos antigos!