Tolamente me fiz ausente dos presentes. Fingi que não era comigo, que não pertencia à aquela tribo. Todos me olharam com um olhar assustado e murmuraram algo não decifrável. Era decerto um dialeto esquecido, desses no tempo perdido, mas pude ver em suas fisionomias a atonicidade exposta a luz do dia ... na fria e melancólica luz daquele dia.
Tentaram me dar dinheiros para que eu me fizesse um deles. Não aceitei! Declararam-me rei pelos dinheiros que não aceitei. Disse-lhes que a beleza da liberdade era mais forte que a tristeza daquela cidade.
Então pedras reclamaram, lustres balançaram, janelas racharam. O maciço ouro tornou-se opaco, um vácuo criado em um instante passado desmoronou os alicerces desgastados.
Vultos corriam em impensada agonia, lajes caiam sobre ricas especiarias, as ironias desapareciam e as chamas consumiam, engoliam o que restava de bom, assim como todo mal daquela ilha.
Abriu-se a terra como uma cratera sem fim, fluindo desta elementos vitais ... vitrais moviam-se alternadamente, murais de imagens sensoriais clamavam por paz; mortais procuram o cais.
Rolou uma enorme rocha por sobre a face da terra, surgiu a sombra do abutre ilustre ... embuste!
Nada restou daquela podre vida. As avenidas em sangue jaziam, as moradias de ricas famílias já não mais existiam. A riqueza foi exposta à pobreza e o humano tornou-se parte da natureza.
quinta-feira, 19 de março de 2009
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