Chove .... as pessoas que se molhem, que se banhem na água destilada que vem das nuvens altas ... vapor que torna-se líquido, líquido que transporta o sólido que jogamos no ar ... poluímos o nosso próprio combustível, defecamos em nossos próprios ouvidos ... grito na rua escura palavras sem sentido, não há destino para os sons que emitimos ... apenas imagens se passam pela tela, pela vela do barco vemos a terra, a erva cresce afoita no jardim das azaleias ou outra qualquer planta ... canta o pássaro um alarido desmilinguido, parece estar chorando ao invés de trovando ... trovoada anunciando a chuva que não para, não param os carros de transitarem, de buzinarem, de se chocarem ... reparem na imensidão que na grande cidade inexiste, somos feitos de aparências, apenas fachadas montadas para as filmagens de uma nova obra cinematográfica ... quem vai e quem fica, diga-me o teu nome e lhe darei um personagem, uma bobagem, uma verdade .... uma metade de uma verdade ... a metade de uma metade de uma verdade ... meia verdade ... metade de uma meia verdade.
Dez.04.95
segunda-feira, 16 de março de 2009
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